quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Leis para quê



Como hoje estou preso em casa, à espera de receber uma encomenda DHL, resolvi retomar a este espaço, já há muito esquecido, especialmente porque nos últimos tempos, quando tenho que desabafar uso o facebook...
O tema de hoje foi-me sugerido pelas peripécias de uma viagem entre Massamá e Faro ao volante do meu automóvel, percorrendo inicialmente o IC19 e posteriormente a autoestrada.
Ao circular no IC19, a cerca de 90 Km por hora e na faixa mais à direita, sou subitamnete ultrapassado pela direita (ainda hoje estou para perceber como é que o carro coube naquele espaço diminuto), por uma viatura que circulava a uma velocidade estonteamnte e que pecorreu, em zig-zag todo o espaço visivel à minha frente, ultrapassando pela esquerda e pela direita tudo o que lhe surgia pela frente, ocupando alternadamente toda a lagura da via com as suas 3 faixas de rodagem. Aqui eu pensei (depois de recomposto do susto de ver um carro surgir de forma completamente inesperada): em Portugal, as pessoa sentem-se com total impunidade para infringir todas as regras.
Depois disto resolvi prestar mais atenção ao que acontecia pelo caminho e constatei que apesar de eu circular entre os 120 e os 130 KM/h, fui constantemente ultrapassado por todo o tipo de viaturas, quer carros de alta cilindrada que têm de circular sempre a alta velocidade (como é que os seus proprietários mostravam o seu poder se cumprissem os limites?), também as carrinhas e os carros de pequena potência me passavam constantemente e eu pensei: a que velocidade circularão estes carros se rápidamente desaparecem da minha vista? Claro que as leis não servem para nada e se uma pessoa lhe apetece a circular a 180 ou 200, não será uma qualquer lei que o vai impedir. Além disso devo dizer que ao longo deste trajecto de cerca de 300 Km não vi nenhum sinal de forças de segurança, pelo menos assim os infractores não tiveram oportunidade de reclamar que estavam a ser objecto de CAÇA À MUlTA como oiço dizer a muito boa gente, que ao fim de mil infracções é castigado por uma multazinha...
Mas não se pense que é só na velocidade que as pessoa ignoram as leis, nas cidades os carros estacionam onde os seus condutores muito bem lhes apetece: em cima dos passeios, em locais sinalizados com placas de proibição de parar ou estacionar, colados ou em cima de passadeiras de peões, etc...



Mas será só com os carros que os Portugueses desrespeitam as leis? Não... Ainda à pouco acabei de ler uma notícia em que se contestava o resultado do inquérito ao caso do rapaz que saiu da escola e se afogou... Aqui está mais um exemplo que mostra que as leis e as regras são para esquecer... Existem regras que impedem os alunos de sair das escolas dentro do horário escolar, existem vedações, portões, porteiros e sistemas de controle de acessos, mas quem cumpre ou faz cumprir? NINGUÉM, pois as leis são para esquecer e se quizerem comprovar isto, passem uns tempos junto a uma porta de uma EB ou Secundária e vejam com os próprios olhos... Aliás é na escola que se começa a aprender que as regras existem, mas são para ignorar: Deve entrar-se na sala e sair-se na hora (está bem... ninguém liga), devem respeitar-se os professores, funcionários e alunos.... Letra morta. Deve estar com atenção, esforçar por aprender, estudar e trabalhar... Está bem, está...


Esta cultura de infracção a regras está enraizada na nossa gente e depois estranha-se que o País esteja num caos... Pudera, a culpa é dos governantes, mas ninguém repara que os governantes são também portugueses e que têm a mesma cultura... Parece que ainda estamos no tempo do D. Sebastião, à espera que venha alguém governar esta terra e que nos traga a salvação... Quem pensa assim está redondamente enganado, não há Português que possa alterar esta cultura, e se houver, rápidamente é engolido pela máquina.... Haja esperança que alguma vez isto mude, mas se calhar é preciso vir alguém pegar neste rectângulo e levá-lo para outro lado... Talvez para Marte... Quem sabe...

sábado, 5 de junho de 2010

Exames do 9º ano


Eu passo-me com tanta ignorância, começando em jornalistas, passando por politicos e acabando no respeitável público, não encontro uma pontinha de conhecimentos...
Mas isto deve ser eu que estou a ver mal e todos têm razão e só eu é que estou errado...





Há 2 dias vi na primeira página do Jornal I, uma notícia dramatizada, chamando a atenção para o facto do Governo estar a dar a possibilidade de alunos do 8º ano passarem imediatamente para o 10º, através da realização de exames do 9º ano.

O meu primeiro comentário foi " Estes jornalistas andam mesmo atrasados, pois eu já conheço esta medida há mais de 3 meses". E pensei que o assunto morreria ali...

Puro engano, atrás desta notícia vieram em catadupa comentários e contracomentários, das mais diferentes origens, desde politicos da oposição a membros do governo, passando por público mais ou menos anónimo mas com uma caracteristica comum: Todos, sem excepção denotaram uma enorme falta de conhecimento do que estavam a falar e usando e abusando de argumentos falaciosos para mostrar os maleficios e bondades de tal medida...

Para aqueles que dizem que esta é uma medida facilitista que permite a um jovem queimar etapas de aprendizagem, eu digo que isto não é uma invenção recente, pois desde que há exames de conclusão do 2º ciclo, 3º ciclo e secundário, sempre foi permitido a um jovem que não estivesse matriculado no 6º dia do 3º período, candidatar-se a exames na qualidade de autoproposto, bastando para tal ter concluído o ciclo anterior e ter a idade exigida. Ou seja, se um aluno tiver 15 anos e não estiver matriculado no 6 dia do 3º período, pode candidatar-se a exames do 9º ano, bastando para tal ter concluído o 6º ano... Que tal? não é preciso estar no 8º e isto não é de agora... Ou então se tiver 18 anos e o 9º ano concluído, se não não estiver matriculado no 6º dia do 3º periodo pode candidatar-se aos exames do 12º no e candidatar-se à Universidade! Que tal? Ainda mais facilitismo? Mas não é de agora, vem desde 1996, basta ler os regulamentos de exame...


A única novidade deste ano tem a ver com o facto de apartir de 2009/10 ter entrado em vigor a legislação que determina que o novo limite de idade de escolaridade obrigatóris é agora de 18 anos, ficando abrangidos em 2009/10 os alunos matriculados no 7º ano e em 2010/11 os do 8º.

Assim sendo, quem se matricular no próximo ano no 8º ano já terá que estudar até aos 18 anos ou concluir o 12º... Alguém dos servços do ME ligados ao ensino básico ou aos exames deve ter pensado em estender uma medida já existente para os alunos do 9º ano com 15 anos que reprovem por frequência no 3º período, e que lhes dá a possibilidade de realizar exames às disciplinas em falta, dando-lhes ainda a possibilidade de concluir o 9º ano, e assim nasceu um ponto polémico do Regulamento de Exames que dá a possibilidade dos alunos que reprovem na frequência do 8º ano, se tiverem 15 anos, de se candidatarem aos exames para concluir o 9º ano.

Confesso que quando li este ponto do regulamento de exames, não lhe dei grande importância, pois o número de alunos a abranger deve ser insignificante e ainda menor o número dos que tiverem sucesso e mesmo dentre estes, dúvido ainda mais que se inscrevam no 10º ano...



De qualquer modo tenho a certeza que nem o Primeiro Ministro, nem sequer a Ministra da educação tiveram alguma interferência neste assunto, tal foi a ignorância que mostraram nas respostas que deram quando foram interpelados sobre o tema.

Também os politicos da oposição, se tivessem alguma noção do que estavam a falar não diziam que esta medida se destinava a aumentar as estatisticas sobre o sucesso escolar...

Neste momento, penso que o funcionário do ME (provávelmente um profesor ou ex-professor) que, pensando que haveria algum aluno que devido a alguma situação excepcional não tivesse aproveitamento no 8º ano e que teria capacidade para através de exames ultrapassar o problema de ter que estudar mais 3 anos, beneficiaria de uma adenda ao regulamento de exames que lhe desse essa possibilidade, já deve estar completamente arrependido de ter proposto tal medida, tal o alarido que provocou...

Só há uma coisa que me deixa confuso: Se esta situação é conhecida há mais de 3 meses, porque razão só agora se lembraram dela?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

FARENSE À VITÓRIA

Há quantos anos o estádio de S. Luís não apresentava uma moldura humana como esta?


Desde que, por motivos de ordem financeira, o Farense foi impedido de participar nas competições de carácter profissional da Liga Portuguesa de Futebol, acabando até por abandonar as competições da FPF, por incapacidade de inscrever jogadores, a cidade de Faro interiorizou que o Sporting Clube Farense tinha acabado.


Mesmo, quando começou a subir a partir da 2ª Divisão Distrital, só os seus mais "fanáticos adeptos" se mantiveram fieis e assistiram a uma penosa, mas feliz cavalgada, traduzida em 2 subidas de divisão consecutivas a nível distrital.


No 1º ano nos escalões de futebol nacional, as coisas não correram da melhor forma e o clube estacionou mais um ano na terceira divisão. Na corrente época, com as dificuldades financeiras a ditarem as suas leis, não foi possível construir uma equipa de qualidade incontestável, como todos desejamos que o Farense seja, mas...


Graças a uma atitude mental extremamente positiva da Direcção e adeptos, foi possível transmitir aos jogadores e equipa técnica uma força que na realidade não existia e que culminou com uma jornada grandiosa de fé e apoio ao Sporting Clube Farense, traduzida numa enchente do Estádio de S. Luis com mais de 8 mil adeptos a forçar à vitória e o impensável aconteceu, o Farense conseguiu vencer uma autênctica final com um adversário que nos 3 jogos anteriores vencera por uma vez (pecisamente neste estádio) e empatara nas outras vezes.




Felizmente que a Direcção compreendeu as minhas palavras, quando no fim de uma assembleia no inicio da época em que foi apresentada a situação caótica da situação financeira do clube, sem meios sequer de pagar os salários aos seus trabalhadores, eu sugeri que só seria possível conseguir algo positivo, se a imagem que fosse dada para o exterior, não fosse de penúria e incapacidade, mas sim que se actuasse de modo a sugerir esperança e crença no futuro...
E a partir daí, nunca mais ninguém deu imagens negativas do clube, todos começamos a fazer força rumo ao futuro, não se ouviram criticas negativas a partir de dentro, nem dos verdadeiros adeptos, que sempre apoiaram, mesmo quando viam que os adversários tinham outra capacidade, e assim foi possivel convencer milhares de Farenses adormecidos que o SCF existia e que com o apoio de todos conseguiria vencer tudo e todos e assim aconteceu, esta mensagem animadora, que era possível o Farense renascer e subir tornou-se imparável e possibilitou uma vitória que para os melhores analistas seria impensável.

Conclusão: o Farense está bem vivo e o apoio da cidade voltará a verificar-se desde que o clube saiba merecê-lo. Aos sócios e Direcção basta manter a atitude deste ano, que o resto virá por acréscimo.

FORÇA FARENSE A I LIGA AGURDA POR NÓS

sábado, 15 de maio de 2010

Semana em cheio



A semana que acabou, foi uma semana em cheio para a comunicação social Portuguesa, começou com a vitória do Benfica, continuou com a visita do Papa e acabou em glória com o anuncio por parte do primeiro ministro que o país estava (finalmente) crise e que era preciso o sacrificio de todos para atenuar os efeitos desta crise.


O primeiro acontecimento referido, a vitória do campeonato nacional de futebol por parte do Benfica, é para a comunicação social, o coroar de todo um esforço, feito ao longo de décadas para transformar todos os portugueses em adeptos da equipa encarnada, enchendo páginas e páginas de jornais e horas de rádio e TV a mostrar todos os pormenores desta equipa, fazendo com que todo o povo a conheça de fio a pavio e fique eternecida e feliz com a sua vitória, que é assim transformada como a grande vitória do povo.




As comemorações desta vitória, só não ocuparam toda a semana, porque entretanto fomos visitados pelo Papa que no 4 dias que cá esteve, foi seguido passo a passo, permitindo a todos os funcionários públicos ocupar o tempo oferecido pelo governo numa actividade de enriquecimento de cultura cristã e católica.




Finalmente, o anúncio de medidas de combate à crise, serviu para que a comunicação se vangloriasse, apregoando que o finalmente ficava provado que o Primeiro Ministro era um grande mentiroso, pois tinha garantido a pés juntos que nesta legislatura não haveria aumento de impostos e de uma assentada, são aumentados todos os impostos: IVA, IRS e IRC. O que as comissões de inquérito não conseguiram demonstrar ao fim de árduas semanas de trabalho, ficou demonstrado de um momento para o outro e sem necessidade de grandes investigações...


Mas os nossos jornalistas, que só gostam de enaltecer dramas, aproveitaram logo para dizer que agora é que os Portugueses íam ver o que é sofrer... Com estes aumentos de impostos, o dinheiro não iria chegar para nada, a fome vai-se instalar e certamente a mortalidade será enorme...
Até eu, que apesar de não aceitar de mão beijada as noticias que me vão aparecendo no dia a dia, confesso que fiquei um bocado alarmado, e pensei: Se calhar o melhor é mesmo ir-me já inscrever na Santa Casa da Misericórdia ou no Banco contra a fome. Mas como tenho a mania das contas, comecei a pensar: Ora vamos lá a ver para que chegará um salário de Mil euros. Como o IRS aumenta 1%, vou ficar com menos quanto? Ora 1% de mil são 100?, Não, são 10€! Ena pá e agora, que faço eu com 10 €? Se fumasse eram menos 2 maços de tabaco, bem já sei são menos 15 bicas que tomo por mês. Assim fiquei mais descansado, já não preciso de cortar nas refeições. Mas temos também o IVA a aumentar mais 1%, mas aqui não me apoquentei, pois ainda me recordo que a comunicação social disse há pouco tempo quando o IVA desceu 1%, que era uma medida inconsequente e que os Portugueses nem iam dar por ela, agora deve ser igual e nem vou dar por isso...
Isto só para dizer que nós, actualmente só vemos e sentimos o que os Srs Jornalistas (ou os seus mandantes) querem que nós sintamos, dão às noticias os enfase que contribui para o efeito que pretendem e esse efeito é sempre para a desgraça, mas como a comunicação social vai vivendo e sobrevivendo a todas as crises, se calhar é assim que os Portuguese gostam...

Não quero acabar sem falar de um titulo de um Jornal: "Subsido de Natal absorvido em fatias" Este título significa que, ao contrário do que tinha sido anunciado, não ia ser suprimido, mas iria ser reduzido à custa da redução dos salários. Ao ler este título, toda a gente fica com a convicção que não sendo eliminado, o subsidio de Natal de uma vez só, o efeito é o mesmo por causa do aumento de 1% no IRS... Mas se fizermos contas, vemos que 1% aplicado a 14 salários dá 14% do total...



Mas temos que viver todos com este drama às costas, estamos rodeados de informação por todos os lados, são as TV's, Os Jornais, as rádios, a Internet, os email's, os outdoor's, e sei lá que mais...
Agora já não há tempo para pensar, o nosso cérebro é inundado por informação em catadupas e, nem temos tempo para respirar, quanto mais para pensar...

Agora, durante um mês, nem o Futebol servirá para distrair, pois acabaram os campeonatos e o mundial ainda tem que esperar. E falo no futebol, porque apesar dos comentários, a realidade dos jogos ainda não é manipulada pelos media, apesar de até já ter sido apresentada na AR uma proposta intitulada "Pela Verdade Desportiva" que exige que se faça legislação no sentido dos jogos de futebol passarem a ser dominados pelos media...

Pronto, por hoje já chega...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

100 anos de Farense

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FARENSE É CENTENÁRIO


Hoje vou passar à escrita as minhas memórias de mais de 50 anos de Farense, sim, porque apesar do Farense ter 100 anos, eu só me consigo recordar de pouco mais de 50...

Desde tenra idade, aos Domingos, o meu Pai levava-me a passear e o S. Luís era local de romaria certa, assim começou uma paixão, que até podemos chamar de doentia (aliás as paixões para mim são sempre uma doença incurável, felizmente que são muito poucas, também a minha dedicação é tal que não sobre tempo para mais)... A Exposição de fotografias que teve lugar no Jardim Manuel Bivar, nesta quadra comemorativa dos 100 anos do Farense, fez-me recordar os craks do meu tempo de criança, as fotos mais antigas nada me dizem, mas a partir de uma de 1952, já tudo é recordação.






Desta foto recordo-me com toda a clareza do Ventura II, um guarde redes pequenino, magrinho, mas que com a sua agilidade lhe deu origem à alcunha de "rato". Também parece que estou a ver o central Ventura e o avançado Alfredo.


Estes foram os meus primeiros ídolos do Futebol do Farense.


Como a partir do 9 anos fui morar para as proximidades do S. Luís, inicialmente na R. Nova de S. Luís e depois na Estrada da Penha, a minha frequência do estádio, deixou de ser apenas ao Domingo, mas assistia aos treinos e às conversas dos sócios que passavam todo o tempo a avaliar os craks e a manisfestar a esperança, ano após ano que agora é que conseguiamos subir à 1ª, mas naquela altura só havia 2 divisões, a 1ª e a 2ª dividida em 2 séries, a Norte e a Sul, e a subida de divisão não era automática para o 1º classificado de cada série, era necessária uma liguilha em que participavam os vencedores da 2ª divisão e os últimos da 1ª e a minha memória diz-me que neste período, o FarEnse tentou várias vezes a subida, mas esbarrou sempre na malfada liguilha... Houve um ano em que até contratou um célebre goleador espanhol o Tarro, que tinha grande cartaz em Faro, mas nesse ano, foi expulso um dos 1ºs jogos (acho que com o Boavista) e práticamente não jogou.


Aliás o Tarro, tinha um remato fabuloso, de tal modo que num jogo com o Olhanense, que tinha como Guarda Redes o Abade, conseguiu marcar um golo do circulo central, penso que no ínicio do jogo, a bola foi passada ao Tarro que desferiu o seu potente remate e o Abade não conseguiu deter a bola...


Assim foram passando os anos, sempre na esperança que agora é que é, e chegámos ao ano de 1964, recordo-me perfeitamente que na pré -época, toda a gente estava entusiasmadissima com a equipa e dizia-se nos treinos: "Esta ano é que é..., com esta equipa não há hipóteses de falhar...


Mas neste ano eu tive de ir para Lisboa, continuar os meus estudos agora no IST e deixei de frequentar os treinos, e até os jogos, pois naquele tempo não tinha qualquer hipótese de me deslocar a Faro, a não ser nas férias... Apenas ia assistir ao jogos que se disputavam em Lisboa ou nas proximidades. Recordo-me particularmente de um que me marcou tremendamente, foi na Cova da Piedade, e a sensação que eu tinha é que o campo estava completamente inclinado para a baliza do Farens, de tal maneira que o jogo terminou com uma derrota por 8-1... E nesse ano o Farense desceu aos distritais... Onde ficou durante 2 anos, pois mais uma vez, como campeão distrital tinha que participar em liguilhas de apuramento com equipas de outras zonas e invariàvelmente falhava, primeiro foi com o Sesimbra e depois com o Seixal, com o Sesimbra teve que ir a 3º jogo em Beja, mas com o Seixal, depois de empatar fora, perdeu em casa e lá foi tudo por água abaixo... Felizmente que no ano de 1968/69 foi criada a 3ª Divisão Nacional e o 1º classificado tinha direito a subir à 2ª Divisão e assim o Farense começou a sua tarefa ascendente, de tal modo que no ano seguinte, já sem liguilhas, foi vencedor da zona Sul e subiu finalmente à ambicionada 1ª divisão.




Aqui estão os jogadores que conseguiram a tão ambicionada subida ao escalão máximo do Futebol Nacional. Recordo-me que foi um campeonato extremamente disputado, com várias mudanças de leader, Farense, Torreense, Portimonense e Atlético, foram-se revezando na liderança do campeonato. Eu recordo-me de vários jogos a que assisti na zona de Lisboa, Sintrense e Peniche foram alguns dos mais marcantes, nomeadamente o 2º, não pelo jogo em si, que o Farense até perdeu, mas pela viagem à boleia de um condutor que até capotou o carro (sem consequências nenhumas, nem para o carro, nem para os passageiros). Mas penso que a decisão a favor do Farense foi num célebre jogo em Portimão, disputado nas próximidades da Páscoa e a que eu assisti, aliás a minha comparência esteve em risco, pois na semana anterior participei numa viagem de estudo a unidades fabris da área de electricidade e no Domingo do jogo, estava tão cansado que nem consegui acordar a horas de apanhar o comboio para Faro. Felizmente que nessa altura tinha uma bolsa de estudo e condições financeiras que me permitiram deslocar-me ao aeroporto e apanhar um avião para Faro a tempo de me deslocar a Portimão para assistir à vitória por 3 a 0, sobre o Portimonense e arrancar definitivamente para a 1ª divisão...

Concluído o curso, regressei a Faro para fazer estágio durante 6 meses e acompanhar o Farense nos jogos em casa, mas depois veio a tropa e nessa altura passei a ver os jogos fora: na zona de Lisboa e em Faro, pois já tinha rendimentos que me permitiam deslocar-me ao fim de semana (nesta altura já namorava a minha esposa, mas só cá vinha quando o Farense jogava)...

Quero aqui fazer um parenteses, para dizer que a minha ida para Lisboa me fez ver que o meu clube era o Farense e só o Farense: Na minha infância (aliás como agora) toda a gente tem que ser do Benfica ou do Sporting, e o meu pai tinha uma queda para o Sporting (era a altura dos célebres 5 violinos), de tal modo que eu também estava para aí virado, de tal modo que ao chegar a Lisboa, comecei a frequentar o estádio Alvalade com o espírito de adepto. Mas ao fim de pouco tempo conclui que aquilo não me dizia nada, não conseguia sentir qualquer simpatia pelo clube, eu só pensava no Farense. Não há nada como ver as coisas de perto para nós sentirmos a realidade e tirarmos conclusões para o resto da vida...
Esta situação marcou-me de tal modo que, sem querer, consegui incutir nos meus filhos este espírito de que só temos um clube o FARENSE, que eles nem admitem que alguém que nasceu em faro, seja adepto de Benfica, Sporting ou Porto, são membros dos South Side Boys.


Voltando à trajectória da minha relação com o Farense, vem agora um hiato de quase 2 anos, quando tive que cumprir serviço militar na Guiné... Neste período só assisti a um jogo do Farense, foi no dia 18 de Novembro de 1973 no Barreiro, no final de uma semana de férias de lua de mel passada a viajar pelo país, teve paragem obrigatoria no Barreiro para ver o meu clube jogar...

Depois de voltar da Guiné, vieram os anos dificeis em que o Farense desceu e subiu de Divisão, nasceram os meus filhos, comecei a trabalhar como professor e fui residir em Estoi, Agora já não assitia aos treinos, só via os jogos no S. Luís, agora acompanhado pela esposa, só episódicamente assisti a jogos fora...

Chegados aos anos 90, tivemos para começar a final da taça de Portugal, num ano em que o Farense estava na 2ª divisão, que mobilizou todo o Algarve numa deslocação ao Jamor por 2 vezes e que deu nome ao Farense.

Foram tempos de estabilização do Farense com primodivisionário, algumas vezes com dificuldades, outra nem tanto, como aconteceu nos anos de 94 e 95 em que atingiu classificação que lhe permitiu aceder a uma competição europeia (aqui teve algum azar, pois caiu-lhe em sorte o Lyon que começou precisamnete nesse ano a sua fase ascendente). E conseguiu que um jogador seu o Hassan, fosse o melhor marcador do campeonato nacioanl da 1ª divisão.

Nos finais dos anos 90 as coisas começaram a complicar-se sob o ponto de vista finaceiro, que levou o clube a constituir uma SAD, tendo com principal accionista a Halcon, uma empresa de viajens do espanhol Hidalgo. Com a SAD, as coisas funcionaram até que alguns notáveis da cidade consideraram que o Farense não podia ser dos espanhois e decidiram comprar a SAD à Halcon, os resultados desta atitude patrioteira estão à vista de todos... ao fim de pouco tempo o Farense foi desclassificado das competições profissionais e quase se extinguiu... Eu não conheço em profundidade o que se passou nesta transacção, nem os fundamentos para que ela se processase, mas a ideia que tenho é a que ficou: Farense para os de Faro.

Agora, estamos a tentar crescer, começámos bastante em baixo, já conseguimos 2 subidas consecutivas, falhado a 3ª subida no ano passado e agora estamos novamente como estávamos nos anos 50 a ambicionar chegar à 1ª muito rápidamente. Só que neste momento tudo funciona com muito dinheiro e o Farense neste momento não consegue libertar-se de muitos milhões de dívidas, quanto mais arranjar dinheiro para poder subir... Mas continuamos com esperança que o futuro nos traga a satisfação da nossa ambição... Para mim voltámos ao inicio, as minhas recordações iniciais são idênticas às actuais: ESPERANÇA NO FUTURO...
Ou seja estou na mesma situação da minha juventude, o que só vem confirmar a teoria que o mundo é redondo e tudo volta ao sitio de partida...

sexta-feira, 26 de março de 2010

É para rir ou chorar?

Já há alguns dias que tenho estado para transmitir à comunidade o meu pensamento sobre o que se passa no país, e agora, finalmente, estou a fazer tempo... e aproveito para escrever um bocadinho.
Hoje vou debruçar-me sobre o grande problema que assola o país actualmente: Será que o Primeiro Ministro mentiu ou não?
Este problema já fez com que o parlamento nomeasse 2 comissões, cada uma delas com uma mão cheia de deputados, que já fez muita gente deixar o seu local de trabalho para se entreter a conversar com os senhores deputados (como o país é o máximo de produtividade, não há problema mais uma tarde ou menos, tanto faz), já fez com que os jornalistas gastassem horas e horas a investigar e escrever, já fez toda a gente esquecer todos os seus problemas, para dedicar toda a sua atenção a este problema de cariz extraordinário.

Mas o mais engraçado disto tudo é que é precisamente o parlamento, onde estão sentados os mais notávesi politicos deste país que se preocupa com este problema: Será verdade ou mentira...

Se repararem nesta minhas mensagens, verificarão que há uns tempos eu escrevi uma intitulada "Porque não sou politico". Mal sabia eu que estava completamente enganado, pois os Senhores politicos são a coisa mais séria deste mundo e até é capaz de acabar o mundo se um deles foi capaz de dizer uma mentira...
Francamente, não há paxorra (será assim ue se escreve?). Mas como é que eu posso ignorar isto? Estou rodeado por todos os lados de informação não solicitada, e nem mesmo no futebol encontro refúgio, pois parece que anda tudo a gozar uns com os outros. Uns castigam 3 meses, outros castigam 3 jogos, até parece uma errata...

Adeus... Hoje não digo mais nada, vou dedicar-me apreciar os 100 anos do Farense

quarta-feira, 3 de março de 2010

Fim do Mundo?

Como prometi ontem, volto rápidamente ao contacto com a escrita, para dizer que as minhas palavras de ontem tiveram o condão de mandar vir para a superficie uns sentimentos estranhos que me estavam a toldar o espírito. Efectivamente sem interlocutor acabo por transformar em pesadelo todas as ideias menos felizes que me ocupam o envelhecido sub couro cabeludo. E como já consegui falar com a fonte da minha perturbação, já estou mais tranquilo e pronto para aceitar o que o resto da vida me queira reservar..

Agora vou debruçar-me sobre um problema mais geral da humanidade:


O Fim do Mundo.

Efectivamente, as tragédias dos últimos tempos, começando pelo terramoto do Haiti, terminando pelo terramoto do Chile e passando pelas chuvas diluvianas na Madeira e em França, para não falar na permanência da chuva no Algarve e pelo ultrapassar das dunas pelo Mar na Fuzeta e em Faro, levaram muito boa gente a temer que o fim desta humanidade se aproximasse a passos largos... Mas daqui a pouco tempo, voltará tudo à normalidade:

1 - Os Portugueses voltarão ao seu tema favorito das bisbilhotices (era assim que a minha avó chamava, quando as pessoas falavam da vida dos outros)

2 - As greves promovidas pelo "estado" para angariar uns cobres em tempo de dificuldades, virão animar a malta das TV e Jornais.

3 - O Alberto João quando tiver a massa para reparar a Ilha voltará a chamar todos os nomes aos continentais...



Finalmente quero dizer que os problemas da terra criam algum pânico, mas graves são mesmo os problemas dos homens que matam por tudo e por nada e especialmente o meu maior temor tem a ver com o Sol, sabendo-se que esta estrela está sugeita a frequentes explosões, se alguma delas for mais forte e acabar com aquela estrela, então é que não há mesmo nada a fazer: ficaremos todos congelados...