quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Leis para quê



Como hoje estou preso em casa, à espera de receber uma encomenda DHL, resolvi retomar a este espaço, já há muito esquecido, especialmente porque nos últimos tempos, quando tenho que desabafar uso o facebook...
O tema de hoje foi-me sugerido pelas peripécias de uma viagem entre Massamá e Faro ao volante do meu automóvel, percorrendo inicialmente o IC19 e posteriormente a autoestrada.
Ao circular no IC19, a cerca de 90 Km por hora e na faixa mais à direita, sou subitamnete ultrapassado pela direita (ainda hoje estou para perceber como é que o carro coube naquele espaço diminuto), por uma viatura que circulava a uma velocidade estonteamnte e que pecorreu, em zig-zag todo o espaço visivel à minha frente, ultrapassando pela esquerda e pela direita tudo o que lhe surgia pela frente, ocupando alternadamente toda a lagura da via com as suas 3 faixas de rodagem. Aqui eu pensei (depois de recomposto do susto de ver um carro surgir de forma completamente inesperada): em Portugal, as pessoa sentem-se com total impunidade para infringir todas as regras.
Depois disto resolvi prestar mais atenção ao que acontecia pelo caminho e constatei que apesar de eu circular entre os 120 e os 130 KM/h, fui constantemente ultrapassado por todo o tipo de viaturas, quer carros de alta cilindrada que têm de circular sempre a alta velocidade (como é que os seus proprietários mostravam o seu poder se cumprissem os limites?), também as carrinhas e os carros de pequena potência me passavam constantemente e eu pensei: a que velocidade circularão estes carros se rápidamente desaparecem da minha vista? Claro que as leis não servem para nada e se uma pessoa lhe apetece a circular a 180 ou 200, não será uma qualquer lei que o vai impedir. Além disso devo dizer que ao longo deste trajecto de cerca de 300 Km não vi nenhum sinal de forças de segurança, pelo menos assim os infractores não tiveram oportunidade de reclamar que estavam a ser objecto de CAÇA À MUlTA como oiço dizer a muito boa gente, que ao fim de mil infracções é castigado por uma multazinha...
Mas não se pense que é só na velocidade que as pessoa ignoram as leis, nas cidades os carros estacionam onde os seus condutores muito bem lhes apetece: em cima dos passeios, em locais sinalizados com placas de proibição de parar ou estacionar, colados ou em cima de passadeiras de peões, etc...



Mas será só com os carros que os Portugueses desrespeitam as leis? Não... Ainda à pouco acabei de ler uma notícia em que se contestava o resultado do inquérito ao caso do rapaz que saiu da escola e se afogou... Aqui está mais um exemplo que mostra que as leis e as regras são para esquecer... Existem regras que impedem os alunos de sair das escolas dentro do horário escolar, existem vedações, portões, porteiros e sistemas de controle de acessos, mas quem cumpre ou faz cumprir? NINGUÉM, pois as leis são para esquecer e se quizerem comprovar isto, passem uns tempos junto a uma porta de uma EB ou Secundária e vejam com os próprios olhos... Aliás é na escola que se começa a aprender que as regras existem, mas são para ignorar: Deve entrar-se na sala e sair-se na hora (está bem... ninguém liga), devem respeitar-se os professores, funcionários e alunos.... Letra morta. Deve estar com atenção, esforçar por aprender, estudar e trabalhar... Está bem, está...


Esta cultura de infracção a regras está enraizada na nossa gente e depois estranha-se que o País esteja num caos... Pudera, a culpa é dos governantes, mas ninguém repara que os governantes são também portugueses e que têm a mesma cultura... Parece que ainda estamos no tempo do D. Sebastião, à espera que venha alguém governar esta terra e que nos traga a salvação... Quem pensa assim está redondamente enganado, não há Português que possa alterar esta cultura, e se houver, rápidamente é engolido pela máquina.... Haja esperança que alguma vez isto mude, mas se calhar é preciso vir alguém pegar neste rectângulo e levá-lo para outro lado... Talvez para Marte... Quem sabe...

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